THE MARTIAN de Andy Weir

(traduzido para Perdido em Marte)

2011 - Publicado como edição de autor.

2014 – Reeditado pela Crown Publishing Group.

Na história, cada astronauta desta missão a Marte tem duas especialidades. Mark Watney é engenheiro mecânico e botânico. Combinação estranha, mas que acaba por se revelar fundamental. A forma como ele integra e aplica os seus conhecimentos na procura da sua sobrevivência, demonstra como as competências desenvolvidas ao longo da sua vida o ajudam agora a tentar mantê-la, tendo para isso de resolver novos e complexos problemas. Não contei quantos “shit” ou “I’m fucked!” aparecem ao longo do livro, mas fá-lo sempre com muito sentido de humor, e percebendo-se perfeitamente a vontade de os dizer!

Como Andy refere numa entrevista na NASA, foi a constante verificação científica de cada linha da história (e de outras que nem aparecem) que por vezes o levaram a explorar no livro situações que não resultavam. Nesta entrevista é muito interessante perceber como a ciência o ajudou a desenvolver o argumento do livro. De facto, (spoiler allert...) nem tudo corre bem, o que obriga o protagonista, o astronauta Mark Watney, a aprender com os erros, a refazer os seus cálculos, envolver outras variáveis, etc. tornando a história, como ele refere, muito mais interessante. Creio que o passar desta ideia - de que aprendemos com os nossos erros - é tão importante como mostrar como se ultrapassam os obstáculos, além de tornar o protagonista mais humano e mais próximo de nós. 

Embora seja um livro em que conseguimos antever o final, ficamos presos à história pela descoberta de cada solução engendrada e a forma como ele a executa, ultrapassando os obstáculos, um a um – para mim, um mote à engenharia!